sábado, 24 de setembro de 2011

Curando com palavras...

Leito por leito, sigo anotando
Pesares, aflições e tanta dor.
Assim a missão vou realizando
Desafogando cada lamentador.

Não é menos o fato de anotar
E fazer de dor poesia e prosa
Faz parte da cura o desapegar
Desse tanto da Terra extremosa


Enquanto energizam cada alma
E orientam, cuidadores da luz
Ponho-me somente a anotar(...)


Enquanto eles fornecem a calma
Eu os retiro da tão dolorida cruz
E por fim, estabelecemos, o curar.

domingo, 11 de setembro de 2011

Clonazepan

Vício coletivo? Sim, inquestionável!
Mas não seria a ânsia um mal geral?
E vem um sacrossanto elixir de alívio
Permitir às pessoas ao geral convívio!

E muitos acham incoerente, ilógico
Que eu faça à essas gotas uma ode:
Dependo eu, em um litígio hipnótico 
Para que minha alma se acomode!

São Gotas Santas, Gotas de Paz,
que me exilam dessa ânsia fulgaz
E saram a dor de acordado-ser!


Por fim, ao piedoso sono pertencer
E mesmo que farmacologicamente
As santas, acomodam minha mente!

domingo, 4 de setembro de 2011

O velho e a jovem.


Sente a dor fatal, angina de Prinzmetal!
É a dor do completo desaproveitamento
Da alma jovem cedendo contentamento
À uma alma velha, ranzinza, intelectual.


A bela menina, com seus poucos anos
Aguenta tanto, tanta sede de aprender!
Fez pra ele tantos e mais uns encantos
E esperava, pois, ao seu lado envelhecer.


Mas ele nada esperava, ele nunca o fazia,
Sabia que  a qualquer hora poderia morrer
A deixava, então, nesse tanto de esperar!



E aquela alma, que já um tanto vazia,
Decantou-a, calma e friamente a sofrer
E ela queria, apenas, aprender a amar!

sábado, 3 de setembro de 2011

Versos à Lucas de Castro Lisboa

Ao poeta que não pedi opinião!


Eu tenho direito a tréplica
Mas das regras, abdiquei!
Eu não ligo para a métrica
Mas os sentidos, resguardei (...)


Pouco me importa a dureza
De suas medidas e contagens!
Isso não tira minha grandeza (...)
Sentimento só me dá vantagem!


Jogo seu parnasianismo no lixo!
Eu me engradeço, toda minha lira
Sem um verso, somente, contar.


Eu sou o encarnado, o infixo
Sou a literatura despida da ira
Dessa insanidade de metrar!










Amar tanto..

Você me gerou um geral encanto
Que o coração, fadado à letargia
Fez meu corpo, em  ode à alegria
Suprir de toda, inteira, cada canto.


E eu, rara cientista, que não sabia
Toda a pessoal entropia de amar
Preferia não saber toda fisiologia
Sabendo apenas o coração ritmar.


É que ensinaste o que a ciência
Não tinha ao menos consciência
Do que era viver em plenitude!


Agora em plena homeostasia,
Eu vivo em  paz, em  fantasia
De amar tanto, e em firmitude!