terça-feira, 18 de outubro de 2011

Cientista na Janela

Dela, toda cidade sentia saudade
Recostada na janela, ela poderia
Com toda peculiar assanhosidade
Evoluir na ciência e na tecnologia.


Recorrendo ao café e ao fumo
Fazia tempos que ninguém a via
Ela estava recorrendo ao insumo
Que era fruto de grande antagonia.


A cientista que sozinha, na janela
Evoluia, pensava, bebia para criar
Perdia dias num grand'etéreo amor!


Como viver sem a perspicaz olhadela?
Por que iria ela de todos nós abdicar
Pra viver um egoísta projeto de dor?

sábado, 8 de outubro de 2011

Câncer

Do início, pontualmente errante
Levou anos a fio pra se mostrar!
Quando veio, a maldita mutante,
resolveu toda minha vida revirar!

E foi invadindo, pouco a pouco
Pouco os médicos podiam fazer(...)
Preferia morrer, assim, tarouco 
Ao cada dia minha vida perfazer!  

O frasco vídrio que me medicavam
Para tentar minha a vida prolongar,
só me deixava nessa Terra à sofrer!

E meu sofrimento eles postergavam
E à Santa Morte decidi me entregar
Dei-lhe à mão, pra passagem fazer!


J. Breuer, S. Freud e a Histérica.

Cada hora, um dia, o encontro
Em que tu só encontras o amor,
eu diagnostico esse teu tolontro
originária da paterna fétida dor.

Não projetes em mim, ou nele
Esse bebê que imaginas gerar.
Geras em tua mente esse filete
De células que ficas a elucidar!

Vamos cura-te, mulher histérica
Desse imaginar, e tremer e chorar
Pondo-te, forçada, calma a dormir!

Tua mente carrega a ciência médica
E a psicanálise que vai revolucionar,
e muitas outras loucuras irá reprimir!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Hora de arrumar a casa!

Preciso arrumar minhas gavetas
E deixar tudo muito organizado!
Jogar fora esse tanto de tretas,
Mantendo esse todo alfabetado!


É hora de arrumar esse armário
Colocar cada qual em seu lugar
Livrar-me do que é retardatário,
Para novamente, conseguir amar!


É hora de colocar as últimas peças
Desse absurdamente e estrondoso
Quebra-cabeças que me desafiaste!


Coloco-as no centro para tu meças
Para que abras teu sorriso luminoso
E tomar pra ti a mulher que amaste!